A aplicação de flúor para prevenção contra as cáries nos dentes já é bem estabelecida, conhecida e realizada, principalmente em crianças. O último número da Revista do CROSP ( Conselho Regional de Odontologia de São Paulo) cita a implantação pioneira do bochecho fluoretado nas escolas primárias na década de 70, pelo governo estadual. Nas escolas, o bochecho fluoretado era realizado semanalmente (muitos que são pais hoje se lembram…), resultando em queda de 36.8% das cáries nas crianças que participaram do projeto! Ao longo dos anos, o uso do flúor preventivamente também se revelou uma importante opção econômica para os serviços odontológicos governamentais de alguns países. A professora Elizabeth Kay, da Plymounth University, do Reino Unido, apresentou na Reunião Anual da Sociedade Britânica de Pesquisa Oral e Dental, em 2015, estudo demonstrando que é economicamente viável e sensato prevenir a cárie dentária nas crianças. Ela explica que cerca de 26.ooo crianças entre 5 e 9 anos são internadas por ano em hospitais ingleses para tratamento odontológico. Essas internações e seus custos poderiam ser evitados desde que adotadas as boas rotinas de saúde bucal (escovar os dentes pelo menos 2 vezes ao dia, com pasta com pelo menos 1.000 ppm de flúor). Para ela, os cuidados de saúde oral para as crianças valeriam a pena mesmo que custassem ao governo, por ano, 46 libras (cerca de R$ 282,00) por criança para escovar os dentes ou 62 libras (cerca de R$ 380,00) para aplicação de flúor. Texto original de Julio Abramczyk, publicado na Folha de São Paulo em 16/01/2020.
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